VOCÊ SABIA QUE SEUS CRÉDITOS JUDICIAIS PODEM SER UMA MINA DE OURO ESCONDIDA?
- fabianecapovilla
- 15 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
Nos últimos anos, o mercado financeiro brasileiro tem assistido ao crescimento de um fenômeno peculiar: a transformação de disputas judiciais em ativos financeiros rentáveis. Empresas que possuem créditos a receber decorrentes de processos judiciais, especialmente ações contra o poder público ou grandes corporações, têm encontrado na venda desses créditos uma forma de levantar capital, o que tem atraído a atenção de gestoras especializadas.
O MERCADO DE CRÉDITOS JUDICIAIS
As disputas judiciais, que tradicionalmente eram vistas como um risco ou uma incerteza para as empresas, passaram a ser analisadas sob uma nova ótica. Hoje, muitos créditos que antes estavam “engessados” no sistema jurídico são negociados no mercado financeiro, sendo convertidos em uma fonte imediata de recursos para as empresas envolvidas. Essa prática vem ganhando relevância em diversos setores, desde o mercado de infraestrutura até o varejo, e abrange diferentes tipos de créditos, como precatórios, indenizações e direitos a reembolso de impostos.
As gestoras de fundos especializados entraram nesse mercado com força, oferecendo soluções para empresas que precisam de liquidez, mas que não podem esperar pelo longo trâmite processual que envolve a realização desses créditos. Elas compram os direitos sobre esses créditos, assumindo o risco da sua eventual execução, em troca de um desconto significativo no valor total devido. Essa operação é vantajosa tanto para a empresa que vende o crédito quanto para a gestora, que potencialmente pode obter um retorno expressivo caso o crédito seja pago integralmente.
OPORTUNIDADE DE CAPITALIZAÇÃO
Para muitas empresas, essa prática se tornou uma alternativa interessante em um cenário econômico desafiador, no qual a obtenção de crédito no mercado tradicional pode ser restrita ou ter custos elevados. Vender créditos judiciais permite que essas companhias capitalizem rapidamente, sem precisar recorrer a empréstimos bancários ou emitir dívidas que poderiam aumentar seu grau de alavancagem.
Empresas com grandes valores a receber, especialmente aquelas envolvidas em litígios fiscais ou contra o Estado, têm sido particularmente ativas nesse mercado. Em muitos casos, as companhias conseguem transformar esses créditos em dinheiro antes mesmo de uma decisão final da justiça, o que pode ser um fator determinante para a continuidade de suas operações ou para o financiamento de novos projetos.
O PAPEL DAS GESTORAS ESPECIALIZADAS
Por outro lado, para as gestoras de fundos, a compra de créditos judiciais oferece uma oportunidade de diversificação de portfólio. Esses ativos, embora carreguem um risco associado ao desfecho dos litígios, podem gerar retornos elevados, especialmente em um ambiente de juros baixos, como o observado nos últimos anos no Brasil.
As gestoras especializadas atuam na avaliação minuciosa dos casos, analisando fatores como o histórico do processo, as chances de sucesso e a solidez das partes envolvidas. Além disso, algumas dessas gestoras têm apostado em equipes multidisciplinares, com advogados, economistas e peritos especializados em gestão de riscos e cálculo de probabilidades, para maximizar a precisão na avaliação dos créditos adquiridos.
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO
Esse mercado ainda é relativamente novo no Brasil, mas apresenta um grande potencial de crescimento. Com a contínua complexidade e morosidade do sistema judiciário brasileiro, a venda de créditos judiciais pode se consolidar como uma alternativa eficaz de captação de recursos para empresas de diferentes setores. A tendência é que, à medida que o mercado amadureça, mais empresas busquem essa opção, e mais gestoras especializadas entrem no setor, aprimorando suas metodologias de análise e mitigação de riscos.
Além disso, há um movimento crescente de regulamentação e padronização dessas operações, o que pode aumentar a segurança jurídica para ambas as partes envolvidas e atrair novos players para o mercado. O desenvolvimento de instrumentos financeiros que permitam a securitização desses créditos pode também tornar esse mercado mais acessível a investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras.
CONCLUSÃO
A transformação de disputas judiciais em ativos financeiros representa uma nova fronteira no mercado de capitais brasileiro. Para as empresas, isso oferece uma importante ferramenta de gestão de caixa, enquanto para as gestoras especializadas, abre-se uma oportunidade de investimento com potencial de altos retornos. Com o avanço da regulamentação e o aumento da confiança dos participantes do mercado, é provável que essa modalidade se expanda e se torne cada vez mais comum nos próximos anos, desempenhando um papel crucial no financiamento corporativo. Caso precise de ajuda ou ficou com alguma dúvida sobre o tema, basta clicar aqui para ser direcionado a um de nossos especialistas.
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